Tuesday, January 16, 2007

O Encantamento Chega ao Mundo Digital: iPhone

Essa área de tecnologia nunca nos fará morrer de tédio... Cada vez temos uma nova surpresa, novos desenhos, novas realidades.

Nos últimos 5 anos, muita coisa ajudou a reescrever o futuro, como a web 2.0, o Google, o YouTube, a fotografia, a música e a TV Digitais e tantas outras novidades.

Muitos produtos e serviços mudaram radicalmente o jeito que usamos a tecnologia, e algumas delas estão sendo poderosos instrumentos de inclusão digital e de melhoria do conhecimento. Mas estava faltando algo: o encantamento!, enquanto sobravam "bells & whistles", como dizem os americanos, a vertiginosa aceleração de mudança que -por exemplo- o Google nos proporcionou, ou a delícia que é ouvir música num iPod, ou a banda virtualmente ilimitada que permitiu o surgimento da Web 2.0. Tudo muito lindo, mas faltava o charme definitivo. Agora não mais.

Neste início de 2007, o que surpreende é que a grande novidade venha de uma veterana empresa, a Apple. Não que eles sejam seguidores, ao contrário. A Apple sempre foi mestra na inovação, salvo pelo período em que o Steve Jobs estava no ostracismo e ela foi conduzida como empresa convencional por executivos de mercado.

O nome do jogo que muda tudo é o iPhone, anunciado com estardalhaço no Mac World agora, no último dia 9 de janeiro. A Apple conseguiu reunir telefone, tocador de música e acesso a internet em um pequeno dispositivo de mão, que tem um design absolutamente inédito, funcionalidades inesperadas e que, enfim, resolve um monte dos problemas de ergonomia e funcionalidades que atormentavam os usuários normais como nós.

É algo novo. Muito novo. E encantador!

Para quem domina razoavelmente o inglês, recomendo parar de ler este posting e ir direto a http://events.apple.com.edgesuite.net/j47d52oo/event/ para ver e ouvir a Keynote Presentation do Steve Jobs no Mac World, onde ele anuncia os bons resultados da Apple, o crescimento de vendas do Macintosh, a capacidade da empresa em colocar novos produtos no mercado, as vendas de músicas e vídeos, novas parcerias com estúdios de Hollywood e o AppleTV, um produto interessante mas que perde o brilho frente ao iPhone.

A ergonomia e a facilidade de uso do iPhone é que verdadeiramente criam essa ruptura com o passado (que ainda vivemos no mundo e viveremos por um bom tempo no Brasil). Descrevê-las aqui em um blog não dará certo. Só vendo mesmo. É difícil de acreditar...

A única coisa que decepciona é o nome. iPhone não faz justiça ao produto e seus atributos. Não importa. Creio mesmo que esse seja um nome provisório até seu lançamento nos Estados Unidos em junho. Até que como telefone ele deve ser bom, mas o resto... é imperdível!

Um verdadeiro centro de informações e entretenimento na palma de sua mão. Lindo, fácil de usar, poderoso e muito bem posicionado em preço. Pena que não haja previsão de chegar ao Brasil. Tomara que a Apple consiga produzir bastante dessas maquinetas e fazer acordos com uma ou mais operadoras no Brasil.

Vai ser duro esperar...

Monday, January 08, 2007

Semicondutores à Base de Carbono

Vários ouvintes consultaram sobre semicondutores de outros materiais que não o silício, como os á base de germânio, os orgânicos, os à base de carbono. Por acreditar que esses últimos tenham mais viabilidade, segue abaixo um resumo do raciocínio:

Até hoje, o silício imperou soberano pelos simples fatos que (a) veio primeiro, (b) a tecnologia foi bem dominada e bem aplicada e (c) seu limite de criação de impurezas p e n por unidade de área está longe de ser atingido.

O elemento de cima na tabela periódica de elementos -o germânio- vem sendo testado desde os primórdios do silício. Já comentei que eu mesmo já mexi com diodos e transistores de germânio na década de 1960, imaginem só... Outra limitação é que eles encontram muitas aplicaçãoes em projetos militares, logo não há interesse em disseminar essa tecnologia para a massa consumidora. E o germânio não é assim tão abundante na natureza.

Já o carbono, o grande problema vinha sendo a dificuldade de criar uma estrutura cristalina fácil de inserir as impurezas p e n de forma confiável e econômica. Sempre que o processo era viável, o silício estava um passo à frente, e como era dominado do ponto de vista de tecnologia e de processo produtivo, o bom e velho carbono sempre dançou.

Agora, com os nanotubos de carbono prontos para entrar no mainstream da tecnologia de miniaturização, eles caem como uma luva para tornar cristais de carbono em elementos semicondutores de baixo custo, alta densidade e baixo consumo de energia.

Ainda é cedo para afirmar que em 5 anos os processadores Intel e AMD serão de carbono, mas o caminho parece ser esse. Eu apostaria que alguns circuitos especializados (por exemplo, para telecomunicaões sem fio), terão semicondutores de carbono em uso dentro de 3 a 5 anos, em larga escala.

Posso morder a lingua, mas para esses e alguns outros tipos de aplicações, os semi de carbono só não entrarão em cena de interesses estratégicos ou comerciais estiverem prevalecendo.

Já os processadores de alta capacidade, isso vai um pouco mais de tempo, mas eles já estão nos laboratórios. E outras aplicações muito interessantes também. Os sites de revistas científicas estão cheias de papers e protótipos usando chips de carbono. Essa febre não deve baixar...

O Laptop de 500 Dólares

Nosso ouvinte José Junqueira consulta sobre um projeto de Notebook de até US$ 500. Reproduzo meu comentário, por ser a pergunta bastante oportuna e atual.

Existem uma série de projetos de máquinas de "até US$...". O mais popular -e viável- é o notebook de US$ 100, do Nicholas Negroponte, que agora é o Child's Machine. Esse vai pegar por ser uma proposta diferente para a inclusão digital e tem apoio de vários governos -do Brasil inclusive- e não vai ser vendido no varejo.

No exterior, notebooks abaixo de US$ 1.000 já são bem parrudos, e você compra por US$ 500 uma máquina de entrada até mais configurada que os nossos modelos básicos.

É provável que se chegue aqui no Brasil, em um prazo de seis meses a um ano, a notebooks custando por volta de R$ 1.500, isso se não houver soluços com o dolar. Ainda assim daria cerca de US$ 700.

Agora, de idéia, existe um projeto da Intel de lançar uma máquina bem mais sofisticada que a do Negroponte para o mercado educacional, que tem um apelido de $500 Notebook, mas, por enquanto, é apenas um projeto. A AMD, concorrente direta, também anunciou o seu projeto. Já há empresas locais -inclusive a nossa Positivo- em negociações para a produção dessas máquinas. Não tenho informações sobre prazos.

Nos Estados Unidos, a discussão de analistas de mercado é se esse patamar já foi atingido ou se o será em breve, pois os lançamentos disponíveis são de máquinas consideradas muito básicas e com pouco software para serem consideradas como mainstream.

De outro lado, a Lenovo, da China, que comprou a divisão PC da IBM, aí está para dominar o mercado. Não me surpreenderia se eles dessem um bote no mercado com máquinas para competir nesse nicho inferior, que, com certeza, viraria pelo avesso muitas das premissas que hoje são básicas para o mercado.

Eu fui ao Google e digitei "$500 notebook" e achei 498 respostas... Muita gente busca, pois, essa meta. Logo ela será atingida, mesmo aqui no Brasil de impostos mil. É questão de tempo.